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A polícia belga usou canhões de água para dispersar dezenas de manifestantes de extrema direita na praça da Bolsa, em Bruxelas, no mesmo dia em que quatro pessoas foram detidas em mais uma série de operações contra o terrorismo.

Vestidos de preto, os manifestantes gritavam frases nazistas e slogans contra o Estado Islâmico, que reivindicou os ataques da última terça-feira (22) na capital belga.

O grupo criticou também quem estava na praça prestando homenagens às vítimas, aos gritos de "cúmplices terroristas".
Alguns dos presentes responderam com a frase: "O fascismo não passará".
Com a tensão crescente no local, a polícia dispersou o protesto. Houve confronto e ao menos dez pessoas foram detidas e dois agentes ficaram feridos.
O comissário de polícia Christian De Coninck disse que o grupo era formado por 340 "torcedores de diferentes clubes de futebol". "Sabíamos que criariam problemas."
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, condenou "firmemente" os distúrbios.
"Nós estamos todos aqui pela paz, não por ideias de extrema direita. Não é o local nem o momento para isso", criticou Theophile Mouange, 52, que estava na praça para homenagear as vítimas.
O local deveria receber neste domingo (27) uma marcha contra o terrorismo, mas o evento foi cancelado a pedido da Prefeitura.
As autoridades belgas revisaram neste domingo para 28 o número de vítimas dos ataques ao aeroporto e a uma estação de metrô da cidade.
O saldo anterior, de 31 mortos, incluía os três terroristas responsáveis pelos ataques.

NOVAS PRISÕES
Promotores federais anunciaram também neste domingo 13 operações de combate ao terrorismo na capital e nas cidades de Mechelen e Duffel, no norte do país.
Ao menos quatro pessoas foram presas. Outras cinco foram detidas e libertadas após interrogatório.
A Promotoria não confirmou, contudo, se as ações estão relacionadas aos ataques da semana passada.
Suspeitos de envolvimento com terrorismo foram presos também na Itália e na Holanda. As autoridades não deram mais detalhes.
ERROS
O ministro do Interior belga, Jan Jambon, admitiu neste domingo que os ataques afetaram também o governo, a polícia e a Justiça do país.
Ele afirmou em entrevista ao canal VRT que décadas de negligência dificultaram a resposta do governo à violência extremista.
"Houve erros", disse o ministro, que enfrenta críticas sobre a forma com que o país lida com a tragédia.
Jambon afirmou ainda que leva tempo para contratar especialistas em combate ao terror e que os novos investimentos do governo na área não serão percebidos pela população imediatamente.

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