A anafilaxia, ou reação anafilática, é uma reação alérgica grave e potencialmente fatal.
Toda alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a alguma substância estranha ao nosso organismo. Os sintomas comuns das alergias não são causados primariamente por comidas, picadas de insetos, pólen, drogas ou qualquer outra substância alérgica; os sintomas são causados pela ação das células de defesa chamadas de mastócitos e basófilos, pelo anticorpo do tipo IgE e pela grande liberação de uma substância chamada histamina.
Portanto, a reação alérgica é nada mais do que um tipo de reação inflamatória (leia: O que é o pus ? O que é um abscesso? O que é uma inflamação?). O choque anafilático é a reação alérgica no seu extremo. (leia: CHOQUE CIRCULATÓRIO. O QUE É ISTO ?)
Causas de anafilaxia
- Comidas: Derivados de leite, ovos, peixes e frutos do mar, soja, amêndoas e amendoim são os mais comuns
- Picadas de insetos
- Antibióticos: Derivados da penicilina são os mais comuns
- Anti-inflamatórios: Quem tem alergia a um tipo costuma ter a todos, inclusive aspirina e dipirona (metamizol) que não são propriamente do mesmo grupo
- Anti-hipertensivos: Inibidores da ECA (ex: captopril e enalapril)
- Látex
- Iodo: Incluindo contrastes para exames radiológicos e anti-sépticos para pele.
Ainda existe a anafilaxia idiopática, que ocorre sem causa definida.
Obviamente que para se ter anafilaxia devido a alguma dessas substâncias, a pessoa precisa ser alérgica a elas.
Sintomas da anafilaxia
A anafilaxia costuma ocorrer em pacientes com histórico prévio de alergias à alguma substância, mas pode também acometer pessoas que nunca tiveram episódios alérgicos.
O quadro é imprevisível. Os sintomas costumam iniciar poucos minutos após o contato com a substância alérgena, mas podem demorar até 1 hora.
Os 2 sintomas mais comuns e que ocorrem em até 90% dos casos são:
– Urticária: É uma erupção cutânea, muito pruriginosa, caracterizada por placas avermelhadas distribuídas pelo corpo (leia: URTICÁRIA | Sintomas e tratamento).
– Angioedema: Inchaço da pele ou mucosa. Os mais comuns são os edemas em volta dos olhos, nos lábios, na língua. O mais perigoso é o edema da laringe, também conhecido como edema de glote.
Outros sintomas que também podem ocorrer:
– Asma.
– Conjuntivite (leia: CONJUNTIVITE | Sintomas e Tratamento).
– Congestão nasal e rinite (leia: RINITE ALÉRGICA | Sintomas e tratamento).
– Comichão generalizado.
– Náuseas e vômitos.
– Tonturas (leia: TONTURA E VERTIGEM | Causas e sintomas).
– Hipotensão e/ou síncope (Leia: DESMAIO, SÍNCOPE E REFLEXO VAGAL).
É importante salientar que nem toda urticária ou angioedema significa necessariamente um episódio de anafilaxia. Um quadro de urticária, mesmo que generalizada, sem angioedema ou alguns dos sintomas descritos acima, não se caracteriza como anafilaxia. Do mesmo modo, um angioedema isolado, também não. Quadros de alergia são comuns, mas anafilaxia ou choque anafilático propriamente ditos, são eventos raros.
Nos casos mais graves onde o paciente desenvolve dificuldade respiratória e choque circulatório, pode-se evoluir rapidamente para o óbito se não for tratado a tempo. Esses casos mais sérios de choque anafilático normalmente ocorrem após infusão de medicamentos por via venosa ou picadas de insetos.
Muitas vezes a reação anafilática é bifásica, ou seja, apresenta uma recaída dentro de 48-72h do primeiro episódio.
Não se consegue prever quando uma pessoa vai desenvolver um choque anafilático, porém alguns pessoas apresentam mais riscos que outros, principalmente pacientes com antecedentes de asma ou com episódio anterior de alergia à alguma substância.
Doentes com histórico de insuficiência cardíaca (leia: INSUFICIÊNCIA CARDÍACA – CAUSAS E SINTOMAS) ou DPOC (bronquite crônica / enfisema pulmonar), correm maiores riscos de morte quando apresentam um quadro de anafilaxia.
Tratamento do choque anafilático
O paciente com sintomas de anafilaxia deve ser imediatamente levado para um hospital. Quadros novos de angioedema ou urticárias também devem ser avaliados por um médico, pois não há como prever se eles evoluirão para choque anafilático ou não. A evolução costuma ser rápida e por isso não se deve perder tempo.
O tratamento é feito com adrenalina, corticóides (leia: INDICAÇÕES E EFEITOS DA PREDNISONA E CORTICÓIDES), broncodilatadores e anti-histamínicos.
Alguns pacientes com história conhecida de reação anafilática carregam consigo uma seringa automática de adrenalina para auto-administração em casos de urgência.
Todo mundo que já tenha apresentado algum reação anafilática deve ser consultado por um alergologista. É importante também andar com alguma identificação da doença, como uma pulseira, para o caso do paciente estar inconsciente e não poder fornecer história no momento do atendimento médico.
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