A candidíase oral, chamada também de monilíase oral ou sapinho, é uma infecção da orofaringe provocada pelo fungo Candida albicans.
Ao contrário do que muita gente pensa, a candidíase na boca não é uma problema exclusivo de pacientes com HIV ou com outra doença grave. A monilíase oral realmente pode ser um dos sinais de AIDS, mas ela também costuma surgir com frequência em crianças, idosos e pessoas com alguma alteração do sistema imunológico.
Neste artigo vamos abordar os seguintes pontos sobre a candidíase oral:
- O que é o sapinho.
- Fatores de risco para candidíase oral.
- Sintomas da candidíase na boca.
- Tratamento da candidíase oral.
Neste artigo falaremos exclusivamente da candidíase oral. Se você está à procura de mais informações sobre infecções pelo fungo Cândida, leia também os seguintes artigos:
– CANDIDÍASE – Sintomas e Tratamento.
– Tratamento da Candidíase Vaginal.
– CANDIDÍASE NO HOMEM ? Causas, Sintomas e Tratamento
O que é o sapinho
Do mesmo jeito que existem milhões e milhões de bactérias vivendo harmoniosamente em nosso organismo, o fungo cândida também é considerado um microrganismo natural da nossa flora microbiana. Ter pequenas colônias do fungo cândida vivendo na nossa pele, boca e trato digestivo é perfeitamente normal. Quando o nosso sistema imunológico encontra-se intacto, ele é plenamente capaz de manter a população deste fungo sob controle, impedindo que o mesmo possa causar qualquer tipo de doença.
Porém, sempre que houver alguma fraqueza no nosso sistema imunológico, a população de Candida albicans pode crescer rapidamente e se tornar capaz de invadir as camadas mais profundas da pele, provocando inflamação. Quanto mais grave for o grau de imunossupressão do paciente, mais agressiva e perigosa será a infecção pelo fungo cândida, podendo, inclusive, haver invasão da corrente sanguínea, do coração ou sistema nervoso central.
O sapinho na boca é uma forma branda de candidíase, que acomete, principalmente, a mucosa da língua e a parte interna da bochecha. Para se ter candidíase oral não é necessário existir uma imunossupressão importante.
A imensa maioria dos casos de sapinho é provocada pela Candida albicans, mas outras espécies de cândida também podem ser as responsáveis, como Candida glabrata, Candida krusei ou Candida lusitaniae.
Fatores de risco para candidíase oral
A candidíase oral pode surgir em qualquer pessoa, mas ela é bem mais comum naquelas que apresentam as seguintes características:
– Idade avançada.
– Crianças no primeiro ano de vida.
– Grávidas.
– Uso dentadura.
– Uso recente de antibióticos.
– Uso prolongado de corticosteroides (leia: PREDNISONA E CORTICOIDES | Indicações e efeitos colaterais).
– Uso de drogas imunossupressoras.
– HIV positivo (leia: SINTOMAS DO HIV | AIDS).
– Diabetes mal controlado (leia: O QUE É DIABETES?).
– Estar sob tratamento de quimioterapia ou radioterapia.
– Fumantes (leia: DOENÇAS DO CIGARRO | Como parar de fumar).
– Pessoas com xerostomia (boca seca).
– Internação hospitalar.
– Desnutrição.
– Usuário de drogas pesadas.
Sintomas da candidíase na boca
As lesões orais provocadas pela Candida albicans são placas brancas, com aspecto meio cremoso ou tipo queijo ricota, acometendo língua, parede interna das bochechas, e, às vezes, palato (céu da boca), gengivas ou amígdalas. As lesões da candidíase oral podem surgir pequenas e assintomáticas, passando despercebidas por algum tempo. A tendência, porém, é que elas evoluam, tornando-se facilmente visíveis e com sintomas, como dor e diminuição do paladar. Uma sensação de algodão na boca também é sintoma de sapinho bastante frequente.
Nos idosos que usam dentadura, essas lesões brancas que são típicas da candidíase podem não estar presentes, havendo apenas intensa vermelhidão na gengiva abaixo da prótese dentária. A presença de queilite angular, conhecida popularmente como boqueira, também é muito comum (leia: COMO CUIDAR DA BOQUEIRA | Queilite angular).
Nos bebês, a lesão da candidíase pode ser confundida pelas mães com restos de leite na boca. É importante saber que o leite some espontaneamente depois de algum tempo, e ao se passar uma gaze na língua, ele sai facilmente. Já a candidíase, as placas brancas são bem aderidas à boca. Quando se tenta raspá-las, pode haver sangramentos e a mucosa por baixo fica ferida e bem avermelhada.
Para ver mais fotos de candidíase oral, acesse o link: FOTOS DE CANDIDÍASE ORAL
Em casos mais graves, a candidíase pode evoluir para a laringe e/ou esôfago, provocando sintomas como rouquidão e dor/dificuldade para engolir os alimentos. A candidíase do esôfago é geralmente um sinal de imunossupressão mais grave, sendo muito comum nos pacientes com AIDS.
O diagnóstico da candidíase oral é simples. Em muitos casos, a lesão é típica e a história do paciente apontando a presença de um fator imunossupressor facilita o diagnóstico. Caso o médico deseje uma confirmação, ele pode raspar um pedaço da lesão e levar ao microscópio para identificar a presença de leveduras.
Tratamento da candidíase oral
O tratamento da candidíase oral pode ser feito com bochechos e deglutição de nistatina 4 vezes por dia por pelo menos 1 semana. Se não houver melhora, indica-se o uso de fluconazol em comprimido por 1 a 2 semanas (leia: INFORMAÇÕES SOBRE O FLUCONAZOL) . Este último tratamento tem taxa de sucesso acima de 90%.
Para ajudar no tratamento, indica-se suspensão do cigarro, escovar adequadamente e regularmente os dentes (mas evitar o uso de anti-sépticos bucais) e evitar bebidas alcoólicas e comidas ricas em açúcares. Iogurtes sem açúcar ajudam a restaurar a flora natural de bactérias da boca, aumentando a competição por alimentos, o que inibe a proliferação da Cândida.
Em bebês, é importante limpar bem chupetas, talheres ou mamadeiras após o uso para evitar a colonização de fungos. Seguindo o mesmo raciocínio, um creme antifúngico deve ser aplicado ao mamilo da mãe após correta limpeza do mesmo.
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