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O promotor federal Federico Delgado pediu ao Judiciário que abra uma ação penal para averiguar se o presidente omitiu 'de maneira maliciosa' a empresa de suas declarações patrimoniais.

Buenos Aires - O Ministério Público argentino denunciou nesta quinta-feira, 7, o presidente Mauricio Macri por sua participação em uma empresa nas Bahamas. Seu registro como diretor da Fleg Tranding foi revelado no domingo em uma apuração do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, a partir de um vazamento de documentos da companhia Mossack Fonseca, no caso conhecido como Panama Papers.
O promotor federal Federico Delgado pediu ao Judiciário que abra uma ação penal para averiguar se o presidente omitiu "de maneira maliciosa" a empresa de suas declarações patrimoniais. Macri alega que sua participação na companhia criada por seu pai era ocasional e, como não tinha remuneração nem era acionista, não deveria ter sido declarada. Parte dos juristas aceita essa justificativa, mas outra vincula diretamente as offshores a esquemas ilegais para pelo menos sonegar impostos.
Segundo o sistema legal argentino, Macri foi tecnicamente indiciado por haver sinais de irregularidade. Caberá ao juiz Sebastián Casanello decidir se leva o caso adiante ou o arquiva. A decisão do MP argentino foi motivada por uma denúncia do deputado kirchnerista Darío Martínez. "Essas sociedades são meios para lavar dinheiro, sonegar impostos. São registradas em paraísos fiscais como as Bahamas para proteger os segredos financeiros de seus diretores e acionistas e manter ocultas suas operações", argumentou Martínez.

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